Olá, Luíza, tudo bem? Acompanho seu blog há bastante tempo e vejo que várias pessoas vêm ao seu site para pedir conselhos acerca de problemas que existem em seus relacionamentos.
No entanto, vez ou outra quando eu paro para refletir, dou de cara com uma pergunta que sempre me incomoda: o quão feliz um relacionamento deve ser?
Será que a outra pessoa deve se esforçar para nos fazer sentir bem? Será que eu devo me esforçar para fazer o outro se sentir bem? E será que isso não é simplesmente o que se espera de qualquer ser humano com o mínimo de empatia, independentemente de ele ser seu/sua namorado/namorada?
Sei que não existe relacionamento perfeito e sei que ninguém deve se iludir acreditando que será a pessoa mais feliz do mundo caso venha a encontrar seu “outro lado da laranja”, mas eu queria saber se é legítimo esperar alguma coisa do outro. O que deveríamos esperar, então?
O que existe de tão especial em ter um relacionamento com alguém? O que eu devo esperar da outra pessoa? O quão feliz se pode esperar que um relacionamento seja?
Menino do céu, você é estudante de filosofia? De qualquer forma, gostei de você. Você deve ser daqueles que as mulheres adoram conversar: inteligente, preocupado em dar o seu melhor e com muito assunto. Porém, cuidado pra não despirocar, tá?
Como sua pergunta foi muito complexa, vou fazer o mesmo que fiz em um dos últimos posts aqui no blog: falar como eu penso, daí os comentaristas falam o que eles pensam e você tira suas conclusões, tá certo?
Eu acredito que, ainda que nada na vida seja regra e que por mais teórico e prático que a gente tente ser, mais cedo ou mais tarde teremos que abrir alguma exceção. Então, vou tentar dar minha lista bruta para me apaixonar por alguém + levar essa pessoa a sério (inclusive para amizades) e o resto você já entendeu. Vamos lá:
1- A pessoa ter assunto e gastar parte do tempo dela me dando atenção. Note que parte do tempo não é o dia inteiro, visto que todo mundo tem o que fazer.
2- A pessoa se preocupar verdadeiramente com o meu sucesso e a minha felicidade.
3- Tentar me fazer feliz com as pequenas coisas: aqui vale inclusive piadas com as pequenas merdas que nos acontecem no dia a dia. Como sou muito zoeira, não sei se teria muita paciência para quem sempre leva a vida muito a sério.
4- Que seja caseira como eu. Tudo bem que meu trabalho nem sempre permite – e claro, sair e viajar é sempre bom quando vale a pena – mas acho que deu pra entender.
5- Ao mesmo tempo, essa pessoa também precisa ser corajosa pra despirocar comigo às vezes.
6- Por fim, ela também não deve ser “xiita”. Ou seja, com pensamentos fixos em nada. Sou sagitariana, aí já viu, né? Minha mente é quase o oposto disso.
Como disse, é claro que nada é regra, inclusive essa lista. Porém, entende o que eu quis dizer? Ou melhor, você conseguiria fazer algo proporcional à sua realidade?
Pergunto isso porque, por exemplo, o que está no meu “top prioridades”, pode não estar nem como último item da sua lista. Sendo assim, é necessário você saber seus “tops”, justamente para entender sobre o que você definitivamente NÃO abre mão, entende?
Por exemplo, tem mulher que se o cara não falar em casamento dentro de um ano, já manda pastar. Ela está errada? Não, visto que esse é um critério “top” para ela “ficar feliz”. Agora, tem mulher que sendo bem comida é o que importa. E por aí vai.
Com isso quero dizer que, ao saber o que você quer, as chances de você ter o máximo de felicidade dentro das possibilidades humanas, só aumentam, concorda comigo? Digo “dentro das possibilidades humanas”, porque tal como você mesmo já insinuou em sua pergunta, ninguém é feliz – e nem mesmo ama – o tempo inteiro.
Outra coisa fundamental para ter o máximo possível da sua felicidade, é o famoso não se enganar. É ter coragem pra mudar sempre que necessário. E quando digo isso, não necessariamente é “terminar”, mas sim dizer quando não estiver mais tão feliz, etc.
No mais, é sempre que possível tentar ver um pouco a vida como o outro vê, na tão chamada empatia, para assim você poder fazer a pessoa ainda mais feliz do que já é. Só que o lado bom e ruim disso tudo é que nada vai pra frente sem existir amor em ao menos 80% do tempo. Do contrário, já dá pra chamar de “levando com a barriga por medo de ficar sozinho(a)”.
Espero que minha resposta filosófica à sua pergunta filosófica tenha te adiantando em algo.
Até amanhã!
Luiza