Leitora: Olá, tenho 30 anos e a pessoa que me relaciono tem 55. Estou em um dilema que está me deixando muito pensativa. Moro em Manaus e ele atualmente na região Sudeste por causa do trabalho. Ele é divorciado e a gente vem se relacionando há 11 meses. Gosto muito dele, mas fico preocupada com essa situação em que estamos, pois ele é meu ex-cunhado. O meu relacionamento terminou com o irmão dele faz uns 9 anos, e nessas indas e vindas na minha cidade acabamos nos envolvendo e pelo que pude perceber ambos estão 100% muito apaixonados.
Para resumir, hoje faz um mês que ele mudou de cidade, e ultimamente ele está tipo que cobrando como vai ficar a nossa situação que não podemos ficar assim, tipo que distantes. Toda a família dele mora no nordeste e eu no norte. E agora, o que devo fazer, deixar essa relação de lado ou ir fundo… tem alguns fatores que me bloqueiam, como distância e idade, tem o lado da razão e emoção, porém me faz tão bem!
Obs: Eu era noiva e o meu ex-noivo terminou comigo quase na porta do altar, pedindo um tempo para ver se era isso mesmo que ele queria. Então nem tive tempo de sofrer, me entreguei para esse de uma maneira tão natural que estou ótima 🙂 EM TODOS OS SENTIDOS, tipo aquilo do amor próprio… Acho que só…. 🙂
Adendos enviados posteriormente: a familia não sabe, porém o irmão desconfia, por que uma sobrinha acabou falando porque já desconfia. O irmão até me ligou uma vez perguntando se era verdade, mas eu não admiti. Ele já perguntou até quando vamos ficar assim, o que vamos decidir da nossa vida, perguntou se eu vou ou se ele vem…
Peço que leia esses conselhos em um ambiente tranquilo, silencioso e que faça uma reflexão profunda sobre todas as questões abordadas.
Todas as vezes que respondo uma pergunta, quando leio uma resposta da Luiza ou comentário dos leitores, reflito, incorporo os bons conselhos e levo para a vida cada novo entendimento sobre felicidade, amor e vida.
A sua questão, cara leitora, está diretamente relacionada ao que consideramos felicidade e as formas como alcançamos.
Ser feliz deveria ser a meta de vida de cada ser humano e, se isso fosse conquistado, muitos dos problemas humanos deixariam de existir, afinal, segundo os ensinamentos da mestre Lú, gente feliz não enche o saco.
Contudo, a felicidade é algo tão delicado, tão complicado e tão volúvel que temos que nos cercar de todos os lados para resguardar essa preciosidade.
A felicidade está trancada com diversas chaves e todas elas estão sob sua posse, basta encontrá-las e abrir a caixa de pandora.
Chave 1: Ser feliz consigo mesma e com as suas próprias decisões.
Pergunto a você: és feliz consigo mesma? Como lida com a solidão?
Se você responder que não consegue ficar solteira e que fica infeliz sozinha, temos um problema! Curtir a própria companhia é uma das coisas mais importantes na vida, pois somente assim conseguimos tomar boas decisões.
Geralmente as pessoas se unem umas às outras por não terem nada melhor no momento, por carência e por medo de ficarem eternamente sozinhas.
Tenho grandes dúvidas sobre os seus motivos para se relacionar com seu ex-cunhado e acredito que seu subconsciente quer ficar com ele por carência e como uma forma de punir seu ex-noivo.
Quer constrangimento maior para você e para a família dele você se relacionar com o irmão do seu ex? E se estivessem com a consciência 100% tranquila, não estariam se relacionando embaixo dos panos.
Independentemente se foi seu ex-noivo que te largou nas vésperas do casamento com uma desculpa fajuta, esse desconforto familiar vai te proporcionar vários momentos constrangedores no futuro, vai por mim.
Chave 2: Estar em paz com o ciclo de pessoas que a circundam.
Não podemos escolher a nossa família, mas amigos e amores sim.
As pessoas do convívio diário são capazes de elevar ou destruir uma pessoa, pois o homem é um ser social, sendo assim, não é possível vivermos isolados. Assim, você não pode mudar quem são os integrantes da sua família e tem que lidar diariamente com eles, passando sabores e dessabores, porém, é a sua família.
Agora, escolher maus amigos e amores é a maior estupidez que uma pessoa pode cometer. Quero dizer que a família do seu ex-noivo e do seu atual namorado vão falar, vão comentar e vão fofocar. A amizade entre os irmãos será abalada. A sobrinha e o seu ex já desconfiam e você não admitiu o seu relacionamento por quê?
No fundo você já sabe que o rojão vem pesado, aí cabe a você decidir levar ou não isso adiante.
Chave 3: Encontrar alguém bacana para dividir os momentos de felicidade.
25 anos de diferença é muita coisa. São formas de pensar diferentes, criações diferentes, gerações diferentes.
Não consigo me imaginar num relacionamento com um homem do estilo do meu pai, pois a geração dele tem muitas coisas em comum (salvo exceções): machistas, patriarcais, cabeça mais fechada, costumes diferentes etc.
Hoje vocês lidam bem com essa diferença de idade, principalmente por que o sexo flui, é início de relacionamento e ele ainda é relativamente jovem.
Contudo, daqui a 10 anos (no máximo) o sexo vai depender de Viagra enquanto você ainda estará no auge sexual, seus futuros filhos terão um pai idoso, ele não vai conseguir acompanhar seu ritmo e OS VÍCIOS/MANIAS ADQUIRIDOS COM A IDADE VÃO PESAR.
Quando você tem ao seu lado alguém com idade parecida, as coisas são menos difíceis, pois todas as manias e toda a carga que a idade trás para os nossos ombros são compartilhadas.
Conheço um casal que tem esses problemas que citei. Ele 71, ela 53. Ele não quer sair, quer ficar em casa de pijamas o dia inteiro, não transa mais e é rabugento ao extremo. Quer tudo na mão e fez da esposa sua serva particular.
Ela tem gás, mas não transa mais, é bonita, sai de casa raramente e se vê presa a uma pessoa totalmente diferente daquela que ela conheceu há vinte anos atrás.
Chave 4: Ter a mente ocupada, fazer o que gosta e encontrar o equilíbrio entre trabalho e lazer.
Você vai largar estudos, família e trabalho para ficar com esse homem, pois ele mudou de cidade. E ele vai amar ter uma mulher jovem e 100% à disposição dele.
Enquanto você, vai passar seus dias com a cabeça vazia, dentro de casa, longe da família, das suas amizades e para quê?
Pra viver em função de outra pessoa? Viver em função do outro (seja lá quem for esse outro) é cilada, pois você se anula e o retorno é zero. Ninguém dá valor nisso.
O relacionamento de vocês já tem tantos fatores “contra” e tão poucos “pró” que mudar de cidade por causa dele é totalmente desaconselhável, na minha opinião.
Chave 6: Corpo e mente (alma) em sincronia e saudáveis.
Por fim, você diz estar se sentindo ótima “tipo aquilo de amor próprio” porque o cara te dá atenção, carinho e está arrastando um caminhão de bosta por você. Então não é amor próprio, é ego inflado. São coisas diferentes.
Amor próprio é você ter superado o chute do seu ex-noivo. Amor próprio é não ter cogitado ficar com o irmão dele. Amor próprio é não ter medo de que todos saibam com quem você está se relacionando e não ter vergonha disso. Amor próprio é viver feliz, plena e sem dúvidas quanto à diferença de idade.
Seu corpo sabe que esse relacionamento tem prazo de validade. A sua mente não está preparada para as bombas e os julgamentos futuros e isso vai acabar com a sua saúde.
Se você veio aqui com essas questões é por que já sente que isso não passa de amor de verão, de uma massagem gostosa no ego e de umas transas, nada mais.
Assista: Namoro a distância dá certo?