Leitor: Tenho 30 anos de idade e sou casado há 5. Minha esposa tem 28 e por enquanto não temos filhos, estamos deixando para depois. Nosso casamento é excelente, nos amamos muito e fazemos sexo quase todos os dias, entretanto, eu tenho um fetiche secreto que acaba abalando bastante a minha paz de espírito: gosto de me transformar em mulher.
Minha esposa é comissária de bordo e viaja bastante, portanto, quando ela não está em casa, eu me visto com algum vestido dela, coloco maquiagem, sutiã com enchimento, brincos, salto alto e viro uma mulher quase perfeita. Tenho cabelo comprido até as costas e isso ajuda muito. Muitas vezes vou assim como mulher a bares gays, mas não faço nada, não sou gay e não traio a minha esposa com homens, fico só lá curtindo ser mulher e levando cantadas dos caras.
O que mais quero na vida é confessar a minha esposa que pratico esse fetiche e fazê-lo em sua companhia para que, por alguns momentos, fôssemos como um casal de lésbicas, mas tenho muito receio dela não entender. Minha esposa tem a cabeça super aberta, é muito liberal, mas mesmo assim tenho medo. Não sei como abordar esse assunto com ela, não sei como iniciar uma conversa a esse respeito e confessar que me transformo em mulher. Será que você poderia me orientar, Luiza?
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Você já estudou a respeito do termo “crossdresser”? Ao que tudo indica, você é um crossdresser hétero! Existem alguns posts sobre isso no site, então, depois de terminar esse texto, tente dar uma olhadinha, tá?
O maior problema do ser humano é querer sempre ter tudo. Não há nada de errado nisso, DESDE que você entenda que o seu limite termina onde começa o da outra pessoa. Com isso quero dizer que não, não existem garantias que sua esposa aceitará o seu fetiche. Não necessariamente por preconceito, mas pode não ser o gosto dela mesmo. Assim como você pode ter preferência por, sei lá, peitudas; ela pode preferir homens que não se vistam de mulher, por exemplo, rs. Porém, pode ser que ela também leve muito mais na boa do que você imagina. E sabe como você irá saber disso? Infelizmente, apenas tentando.
“Ah Luiza, mas eu morro de medo de perdê-la. Dela saber quem eu sou e não gostar mais de mim”.
De fato você corre esse risco, porém, concorda que você já parece estar sem saída? Dá medo, eu sei, mas a vida tem dessas mesmo de nos pregar uma peça do tipo: ou vai, ou vai! E nessas horas, você só precisa ir mesmo.
A outra alternativa seria continuar escondendo isso dela, mas para você ter chegado ao ponto de mandar perguntas pro site, é porque isso realmente já está te sufocando. E no seu lugar, se estivesse sufocada assim, eu:
1- Primeiro rezaria muito pro universo, pediria pra iluminar ambos os corações para que a gente se entenda da melhor maneira possível.
2- Pediria para, caso me desse mal, aliviar meu coração e não fazer com que eu sofra tanto.
3 – Na hora fatídica de contar, mostraria pesquisas e posts interessantes sobre o tema. Conteúdos que explicam que dá pra ser hétero e cross ao mesmo tempo (ela certamente pensará que você é “meio gay” se você não explicar isso direito, etc kkk). Também mostraria casos de casais que vivem bem com essas diferenças, etc.
5 – Contaria como me sinto (que é fetiche e/ou estilo de vida, não orientação sexual, etc).
E aí se no fim desse tudo errado mesmo e, na mais trágica das hipóteses, ela quisesse se separar de mim, prometeria a mim mesmo que minha próxima namorada/esposa ou sei lá quem, já saberia disso logo de cara. Isso pouparia sofrimento de ambos os lados e vocês poderiam terminar antes de se envolverem tanto, né?
Um possível lado bom é que eu acredito que se sua esposa é tão mente aberta e te ama tanto quanto você diz, será de interesse dela te entender também, pode acreditar nisso! E se não entender, não existe dor no mundo que não passe. Agora, se a gente ficar postergando o inevitável, aí que não passará mesmo, concorda?
Até amanhã!
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