Hoje é dia de relato do leitor. E como quem conhece minimamente o blog já sabe, não necessariamente concordo com (todos) os pensamentos deles. Porém, como a ideia aqui é o debate e a abertura aos novos pontos de vista, achei muito interessante debater várias coisas ditas por ele. E bora refletir juntos!
Olá, como vão? Eu sou o Marcelo (nome fictício, tá?) e tenho quarenta e cinco anos.
Para começar, devo deixar claro que sou uma pessoa fria e manipuladora. E também sou um hipócrita e um decaído.
Até os quarenta anos, dizia que ser contra o adultério e que envolver-se com mulher comprometida é como ser contra o furto, o assalto, o latrocínio e receptar mercadoria roubada.
Ainda acredito nisto, mas há cinco anos, e uns tempos após o fim da minha última união consensual, entendi que era hora de mergulhar no dark side dos relacionamentos.
E por que enveredei por este caminho? Por tédio, por frustrações diversas (não apenas conjugais), por desejo de autodegradação e, acima de tudo, por mera falta de vergonha na cara.
Antes de mais nada, deixemos uma coisa clara: até onde eu sei, jamais fui traído por mulher alguma e, caso tenha sido, isto não tem mais importância alguma. Afinal de contas, o Marcelo que conheceram já morreu e renasceu diversas vezes após cada uma delas ter passado pela minha vida. Portanto, como puderam notar, isto não é um “diário de um ex-Ricardão”, mas sim a destruição do mito do “Ricardão” como alguém que merece admiração. Tampouco um “tornei-me mau porque as mulheres são más”: esse texto trata-se apenas de uma expedição pela alma humana.
Por fim, também vale esclarecer que este texto trata de mulheres que tinham um mínimo de real afeição pelos homens com quem se envolveram. Uniões por razões meramente utilitárias – ter encontrado um cara de bom caráter e futuro promissor para sustentá-la, casamento para escapar da pecha de encalhada etc – não são parte desta jornada. Acompanhe-me quem tiver coragem….
Comecemos pelo que todo homem deveria saber sobre elas:
– Além do ciclo menstrual e de tudo o que ele representa, a estrutura fisiológica das mulheres é mais vulnerável do que a nossa ao estresse causado por crises conjugais, tal como é demonstrado nessa matéria. Ou seja, homem, você deve ser o pilar emocional de sua união, pois a sua parceira simplesmente não têm estrutura física para isto.
– As mulheres, nestas questões, têm uma percepção temporal diferente da nossa. Elas têm mais pressa, pois sabem que os seus principais ativos (a beleza e a capacidade de gerar filhos) deterioram-se muito rapidamente. Portanto, uma das formas de evitar uma traição é não permitir que a mulher passe a achar que perde tempo a seu lado.
Agora, algumas verdades incômodas:
– O adultério feminino sempre será mais condenado do que o masculino, afinal de contas, nele há o agravante de que o traído pode muito bem acabar criando um filho que não é seu. Adúltero algum jamais fará a sua mulher enganada gestar, amamentar e criar uma criança que não é dela.
– A mulher que trai não ama mais o seu parceiro, por mais que afirme o contrário. A bem da verdade, ela ama um ideal de vida que gostaria de ter vivenciado com aquele cara. Ou seja, o parceiro foi descartado, mas não o que ela desejou ter vivido no relacionamento entre ambos.
– A afirmação de que ainda ama o traído é uma forma muito sutil de transferência de culpa dela para ele e uma tentativa canhestra de manter vínculos com o enganado por razões diversas: comodismo, covardia, mero interesse financeiro etc.
-A adúltera sempre, de uma forma ou de outra, tem ódio de si mesma e, por isto, suporta atitudes do seu amante que jamais suportaria do seu “oficial”. E isto vai desde propostas de sexo não convencional (sempre se dirigindo a ela com a expressão de que, quem trai o companheiro, não tem o direito a certos pudores) a coisas piores. Como a adúltera retaliará tais desrespeitos se está apegada ao amante? Arrumando um outro amante? Como podem ver, nem tudo são flores quando o assunto é traição.
– Todo amante, em maior ou menor grau, despreza e jamais confia plenamente na adúltera com quem tem caso: ele pode ser casado e pai de oito filhos. Ele pode tirar o pão da boca de sua família para pagar o hotel dos encontros, mas ainda assim ele a despreza. O que não impede que o amante desenvolva real afeição (sempre temperada por um certo desprezo e por certa uma desconfiança) pela traidora e esta afeição “heterodoxa” pode até gerar uma união séria, onde a antiga adúltera fará de tudo para mostrar ao antigo amante, agora companheiro, que pode ser uma mulher séria, devota apenas a ele.
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Tudo o que eu expus acima é baseado em minhas experiências pessoais e nas de alguns de meus amigos.
Começo uma nova fase em minha vida, bem longe do lixo conjugal alheio. E claro, convido-os a manifestar as opiniões de vocês.
Sem mais, deixo aqui meus melhores votos de saúde e felicidade a todos e todas.
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Assista:
Larga essa vida de amante, minha filha!
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